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repórter
16 avril 2007

O Cachecol

Histórias de passagem - O cachecol Quando ele chega àquele lugar, uma vaga impressão lhe diz já algum dia por ali ter passado. Descobre breves sinais, um hálito a lembrar-lhe espaço antigo e seu. Geografia indecisa entre o litoral e o íntimo dos montes,...
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10 août 2007

Sedimentos

Num tempo antigo os romanos alcançaram o lugar, rasgaram a paisagem com lajedo. E a velha estrada de pedra cavalgou o espaço, vertebrou a terra. Esta terra. Depois, a via verteu-se para o baixio, atravessado pela linha de água. Saltou o riacho. E os romanos...
10 août 2007

Requiem

Reúnem-se à sombra serena das criaturas centenárias. São muitos, mas as árvores do aroma aquietante abrem-lhes os braços e, generosas, todos acolhem. O contraste entre as soberanas figuras e aqueles homens a seus pés potencia o absurdo. Quem ali tem poder...
10 août 2007

A variante

Tudo começa com um pequeno sobressalto no passeio: uma pedrita que salta. Saltando, se abriu uma ausência, a breve falha dum dente, no pavimento. O conflito entre os pés dos transeuntes e a covinha cria novos sobressaltos, saltitos, maiores ausências....
8 septembre 2013

A BULA IV

COMPRIMIDO II O homem que se abotoou com umas massas Com evidente embaraço, a dona da loja lamentava não poder satisfazer as exigências do encapuzado. Carolino, agulha, extra, arroz não tinha. Mão na máquina registadora, insinuou alternativa: talvez massas,...
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12 septembre 2013

A BULA VIII

COMPRIMIDO VI O homem que arrombou a livraria O assalto à livraria consumou-se com o roubo de um livro, de um só livro, acontecimento tão insólito que o país se intrigou deveras. Os jornais, as rádios e as televisões não falavam de outra coisa. Para desvendar...
21 septembre 2006

A Ferra da Cabreira

A Ferra da Cabreira 1 Com a chegada dos dias grandes e quentes, os criadores de Vieira do Minho juntam as eguadas garranas da Cabreira e, na cerca de Cantelães, organizam a Ferra. Um rito anual que marca a fogo o corpo dos cavalos e a vida dos homens....
25 septembre 2006

Mãos iluminadas

Reformada, avó, viúva, decidiu aprender artes decorativas, depois pintura. E de repente, aos 70 anos, nascia um nome incontornável na arte naïf: Maria Vilaça. Presente no universo da arte há meia dúzia de anos, as suas criações já correm mundo, constam...
30 septembre 2006

O tocador de trombone

Entre as artes gráficas e a música, Domingos Vieira gastou 73 anos. Um novato, comparado com os 120 — quase a fazer — da sua filarmónica: a Banda Marcial da Foz do Douro. Texto de Augusto Baptista Pendurada na parede, no fascínio dos tons que o tempo...
2 octobre 2006

A árvore de pé descalço

Tronco dobrado sob o molho da carqueja, Palmira de Sousa foi, durante quase meio século, a fantástica figuração de uma árvore de pé descalço a caminhar no Porto, fustigada pela mais inclemente exploração. 1 Texto de Augusto Baptista «A primeira vez que...
2 octobre 2006

O Seringador

Desde os anos 60, João de Almeida Arrepia é a alma d'O Seringador, folheto centenário que elegeu como figura emblemática um barbudo e emplumado desinfestador de sociais mazelas. 1 Texto de Augusto Baptista À primeira vista, tudo suporia desencontro. Ele,...
3 octobre 2006

Os reis da bicharada

Pequenos ou mesmo minúsculos em tamanho, gigantes em número e em idade, campeões no jogo do disfarce e do ardil, mestres na arte da sobrevivência, os insectos são os verdadeiros senhores do planeta. Cigarras, grilos, ralos, eles sim — muito mais provavelmente...
12 octobre 2006

Um homem do TEP

Trabalhou com António Pedro, com todos os nomes, nas últimas décadas do TEP. Bilheteiro, ponto, contra-regra, guardião de memórias, Vidal Valente é rosto discreto de uma companhia que insiste em experimentar teatro. Texto de Augusto Baptista «Eram dois....
12 octobre 2006

Curros Galegos

Todos os anos, com o aproximar do Verão, a Galiza cumpre o cerimonial festivo da Rapa das Bestas. Em datas e locais que a tradição fixou, os criadores vão por recônditas serranias em busca dos seus cavalos, recolhem-nos, agrupam-nos e, aos poucos — regatos...
18 octobre 2006

Ah, Porto!

O Porto é uma cidade com um não sei quê de diferente e, na escrita, um espanto. Aqui se recebem lições de heterografia (e de muita humanidade). 1 Texto de Augusto Baptista Casas, gente, ruas, trânsito: são as cidades. Nisso todas são iguais. O desafio...
20 octobre 2006

Rotunda da Boavista

O motociclista escapou por um triz à dianteira do automóvel, e parou mais à frente, a protestar. Por destino ou para fugir à proximidade com a indignação, o automóvel guina à direita. Em perigo fico eu de repente, eu a atravessar a passadeira a coberto...
21 octobre 2006

País real

Com as obras do Metro, a ligação ferroviária entre o Porto e a Póvoa do Varzim está interrompida. O percurso faz-se agora de camioneta, o oficialmente chamado Transporte Alternativo ao Modo Comboio. No feriado do dia de Corpo de Deus, quinta-feira 30...
24 octobre 2006

2001: o fogo e as cinzas

Com o Porto capital europeia da cultura em 2001, mistério foi o porquê de entre tantos projectos, anunciadas reabilitações, parques de estacionamento, fogo de artifício, não ter havido um níquel que permitisse arrancar com a recuperação do edifício-sede...
26 octobre 2006

Triângulo amoroso

O caso nasceu assim: no âmbito do Porto 2001, foi decidido remodelar a zona do Campo dos Mártires da Pátria, junto à torre dos Clérigos. Vai dai, resolveram deslocar a estátua ali erigida ao bispo do Porto, ilustre figura: D. António Ferreira Gomes. «Queriam...
31 octobre 2006

Ocasos portuenses

Ao lusco-fusco, de regresso a casa, vejo um fulano no passeio, a aproximar-se. Pela mão traz uma motorizada e, quando nos cruzamos, aborda-me, visivelmente constrangido: — Acabou-se-me a gasolina. Se me pudesse... Mão sem pensar: 1 euro. E continuo o...
4 mai 2007

Aparição

Durante a viagem, ele dormitou todo o tempo, enrolado no banco. Depois o transbordo, espera demorada num terreiro despido. Quando enfim a camioneta chegou ao destino, saiu com os ossos gelados, mãos recolhidas nos bolsos clementes. Os poucos transeuntes...
18 mai 2007

Hálitos

A conversa entre as duas segue animada. Grudaram na garagem, enquanto esperavam e, sentadas banco com banco, não param de falar agora, na viagem. Falam delas, traficam intimidades, como se tivessem andado na mesma escola. A menos exuberante, pendor hipocondríaco,...
5 juin 2007

O cavalheiro

Ao sair da camioneta, na atrapalhação dos degraus da porta traseira, que de tão íngremes mais parecem escadório de navio de carga, a senhora desequilibra-se, cai no asfalto. Um socorro de mãos não tarda a pô-la ao alto, a sacudir-lhe com desvelo a poeira...
5 juin 2007

Nome nenhum

Olhou a parede no cotovelo do prédio, por um quase acaso. Conhecia muito bem a pequena cidade, jamais precisara saber o nome das ruas. Lançado o olhar, perdeu-se. E teimou na busca de uma placa, inscrição, referência, nomeação do lugar. Neste entretém,...
17 juillet 2007

Dos grilos (1)

A caça ao grilo é uma especialidade venatória, um tipo de caça grossa, a seumodo. Exige perícia, adestramento. Muita sensibilidade, delicadeza. E longotrabalho de campo. Tal como para fera de África, esta valência cinegéticadispensa licença, ao contrário...
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