Vamos salvar a Cachena?
É portuguesa a raça bovina mais pequena do mundo.
Vive nas zonas de alta montanha, concelho de Arcos de Valdevez, em pleno Parque
Nacional da Peneda-Gerês, chama-se Cachena. E, para não variar, quando se trata
de coisas nossas, preciosas, está em vias de extinção. 1
Texto Augusto Baptista
Há anos ouvi falar da Cachena: iminência de
extinção, pequeno tamanho, solar a norte, no Alto Minho. Achei imperioso
reportar o caso, ir ao encontro do animal, contar-lhe a história. Contingências
da profissão adiaram a concretização do projecto.
Com algum alvoroço, neste Abril de 2001, fotografo
a Cachena, a primeira que na vida me foi dado ver, meia encosta de encrespadas
serranias, contrafortes da Peneda.
— Olhe que vamos encontrar mais vacas! —
alertam-me, para que me apresse. Reentro no jipe, prossegue a lenta ascensão
pela via estreita que de Arcos de Valdevez nos conduz a Lordelo, margem
pedregosa a espreitar o fundo negro de ravinas a pique.
Acompanho a equipa que, no âmbito da Direcção-Regional
de Entre Douro e Minho (Ministério da Agricultura) e da Associação de Criadores
de Bovinos da Raça Cachena, empreende desde há dois anos o trabalho notável de
tentar salvar esta raça bovina. Em contraste com a grandeza da tarefa, a equipa
é pequena: a técnica Cláudia Vieira, o engenheiro zootécnico Rui Dantas e o
médico veterinário José Leite.
Responsável pela defesa de outras raças autóctones
(Garrano e Barrosã), José Leite dirige e
coordena também esta equipa, conduz o jipe serra acima, com a desenvoltura de
quem conhece o caminho. Não tarda a chegada a Lordelo, bando de casas
dispersas, pousado num declive. À espera, o negro dos lenços a animar o rosado
das faces, duas camponesas.
Após cumprimentos e cavaqueio alegre, vão todos
rumo aos currais, laboriosa visitação a vacas, bois, vitelos: registos,
colheitas para apurar o ADN, marcação auricular. E, sempre, a conversa bem
disposta, a corrida viva atrás dos animais, a captura tensa, a observação, o
labor técnico, rês aprisionada pelos cornos. Ao largo, eu, a fotografar.
Quando, entre os braços de uma vigorosa camponesa,
arrancado ao negrume do curral, vejo aflorar ao portelo um vitelito do tamanho
de dois olhos em sobressalto, compreendo a importância da aposta desta gente,
criadores e técnicos. Neste abraço, entretecido por laços de afectividade,
descortino uma reserva de esperança, talvez a maior, a mais essencial, de que
ainda é possível...
Vaca de dote
Na serra, grande, agreste, sabem lá os donos onde
estão as vacas, sabem lá a vacas quem são os donos? «Tenho-as nas bouças,
chego, começo a abrir o portelo — toma!
toma! — elas vêm todas».
À escuta, também de negro, um vulto.
— E a senhora como se chama?
— Maria.
— Maria quê?
— Maria Afonso Alves.
Maria tem cinco Cachenas. Algumas estão na serra,
outras — por sua conta e risco — andam diariamente entre as cortes e os pastos.
Na pequena manada, Maria poderia ter mais uma cabeça, não fora ter dado uma
Cachena ao filho: prenda de casamento. João Pires, operário da construção
civil, está em França; a vaca de dote, no monte. «É a sogra que toma conta,
leva com as dela e traz».
Quase sempre com poucas cabeças, como Maria e Rosa,
são 110 os criadores da raça, fundamentalmente instalados nas diversas
freguesias do concelho de Arcos de Valdevez. Fora daqui, há um criador no
Lindoso, Ponte da Barca, dois no concelho de Monção (Anhões e Merufe) e, por
fim, há um outro criador em Barrancos, Alentejo. A todos a equipa de José Leite
atende, assiste. Cláudia Vieira, o elemento mais jovem do trio, tem fé no
futuro: «A Associação dá um apoio muito grande. E os agricultores estão a
virar-se para a Cachena. São os primeiros interessados em que ela sobreviva, os
efectivos aumentem, a raça se apure. E este entusiasmo também é importante para
não deixar morrer a pequena agricultura serrana».
Muitos são os nomes dados pelo povo ao pequeno
bovino de alta montanha: Cachena, Cabreira, Vilarinha, Carramilhinha... Raça
com «características de rusticidade inultrapassáveis», é capaz de subsistir em
regime de liberdade nas condições mais adversas, alimentando-se num manto
vegetal pobre. A par disso, polivalente, a Cachena integra o trabalho camponês,
arroteia terras, concretiza tarefas impossíveis de realizar com máquinas
agrícolas, nestas serranias.
Por ser pequena e parecida com os bovinos da raça
Barrosã (espécie autóctone ameaçada), até há poucos anos prevaleceu o
entendimento zootécnico de considerar a Cachena uma Barrosã ananicada. Por
outras palavras, os bovinos Cachenos eram considerados exemplares anões do gado
Barrosão, era-lhes negada autonomia rácica.
José Leite explica a sede do equívoco: «O único
zootecnista que saiu de Lisboa para conhecer as raças foi Silvestre Bernardo
Lima. Mas, em relação ao Cacheno, ele só ouviu falar, não conheceu o bovino.
Por falta de elementos concretos de análise, estabeleceu-se a ideia de que o
Cacheno era um Barrosão a viver em alta montanha e que, devido principalmente à
precaridade da alimentação, o animal não se tinha desenvolvido».
Subsidiar é preciso
A partir de 1980, o trabalho em redor do Barrosão
aprofundou-se, activando a polémica. «Já nessa altura, quer o Manuel Leitão,
veterinário zootecnista e activo defensor do nosso património animal, quer eu
próprio, tínhamos colocado superiormente o problema da diferenciação das
raças», sustenta José Leite. Em 1993, foi criada a Associação de Criadores de
Bovinos da Raça Cachena, a querer significar que o Estado se abria à
diferenciação.
Este passo vem a permitir que, a partir de 1995, os
criadores possam concorrer aos prémios comunitários, nomeadamente às medidas
agro-ambientais. Sendo assim, após esta data, os criadores de Cachena, como
raça autóctone reconhecida, podem passar a receber um subsídio comunitário: 24
contos por animal e por ano.
Tal incentivo, para a nossa realidade, revelou-se e
revela-se estimulante. Sem ele, consideram os técnicos, a Cachena e as
restantes raças autóctones estariam irremediavelmente sentenciadas. Na actual
fase, o subsídio é decisivo, dizem, na desesperada tentativa de salvar o
animal.
A inventariação do efectivo Cacheno, a que chamam
Registo Zootécnico, constitui a cota de partida para conhecer esta população bovina (incluindo exemplares com
evidências híbridas): quantos animais com características da raça existem,
destes quantas vacas, quantos machos?... «A partir do Registo Zootécnico
passamos a conhecer pais, mães, a genealogia dos animais que vão nascendo. E
tal permite-nos apertar o crivo de selecção, aumentar os parâmetros de
exigência. A este novo patamar de registo chamamos Livro Genealógico», explica
Rui Dantas. Deste modo, o Livro Genealógico torna-se uma importante ferramenta
para especificar os laços de família, evitar a consanguinidade, dar suporte
técnico-científico às acções em curso.
No terreno, a equipa faz o registo da população,
colhe tecido animal, com vista ao conhecimento do ADN, trabalho científico da
responsabilidade do CECA (Centro de Estudos de Ciência Animal) da Universidade
do Porto, instalado em Vairão, Vila do Conde. Através de testes laboratoriais,
é possível confirmar com rigor científico os progenitores de um determinado
vitelo. Rui Dantas especifica: «Se nos dizem que um animal é filho da vaca
Bonita e do touro Castanho, o teste de ADN confirma ou não a ideia do criador.
Se for verdade, o vitelo entra no Livro Genealógico; se não for verdade,
integra o Registo Zootécnico».
Falo redentor
«Mais do que preocupados em melhorar a raça,
estamos hoje a actuar no sentido de defender características (fenótipo) que
exprimam o perfil genético do animal (genótipo)». Este discorrer técnico,
trocado por miúdos, quer dizer que, na actual fase de trabalho, o centro das
preocupações é salvar a Cachena, sem adoptar uma grelha muito apertada, com
base nos animais inscritos no Registo Zootécnico.
Os elementos da equipa não escondem a gravidade da
situação, andam apreensivos. Inscritos no Registo Zootécnico há cerca de 600
animais. Destes, poucos correspondem a 100% ao Padrão da Raça. A maioria
apresenta evidências, mais ou menos claras, de cruzamentos: com Barrosã
(sobretudo), com Galega, com Turina...
A exiguidade de exemplares que responde a todos os
itens característicos (Padrão da Raça) condiciona o plano em marcha. Dados os
problemas de consanguinidade, uma restritiva base de trabalho levaria ao
falhanço. A estratégia tem, por isso, de envolver um universo animal além do
actualmente inscrito no Livro Genealógico.
Claro que o número de animais envolvido na acção em
curso é ditado pela vida e suas leis, não resulta do livre-arbítrio dos
técnicos. As decisões e os programas de acção estão subordinados à realidade
concreta e às melhores metodologias para salvar a Cachena. «Nós estamos a
trabalhar na base de um número grande de animais, — aduz José Leite —
preocupados principalmente com a selecção dos touros. Este cuidado com a pureza
dos touros é para se tentar regredir novamente para o Cacheno: no perfil da
cabeça, no tamanho do corpo, na pelagem. Posso dizer-lhe que, nestes poucos
anos de trabalho, já começamos a corrigir o universo».
A partir da base dos aproximadamente 600 animais
inscritos no Registo Zootécnico, todos com traços mais ou menos evidentes da
raça, o objectivo é reconverter a situação através de touros melhoradores no
sentido étnico, e não no sentido da conformação, da velocidade de crescimento.
Dito de outro modo: através destas seis centenas de animais e por via da
reconversão com touros Cachenos, os técnicos pensam conseguir progressivas
selecções genéticas, limpar as intrusões,
melhorar a rusticidade da raça, a adaptação à serra. Para tal é importante a
existência de uma determinada área de criação no habitat tradicional, uma zona
exclusiva da Cachena, para que não haja machos infestantes a perturbarem o plano.
A aplicação e o desenvolvimento deste projecto não
decorre no âmbito laboratorial, com condições controladas. Tudo se passa na
serra, no solar da raça, sob pressões várias (económicas, políticas, sociais),
com múltiplos factores adversos. Fundamental é limitar os elementos de
perturbação e conseguir estimular moral e materialmente os criadores. Por outro
lado, alerta José Leite, «se não houver elos de confiança entre os criadores e
a equipa técnica, se não houver o entendimento e o apoio das forças políticas e
do Estado, não alcançaremos os objectivos».
O cerco
São muitos e variados os factores desfavoráveis à
concretização dos objectivos. À partida, incontornável, há uma razão de peso.
Com efeito, um vitelo Cacheno pesa aproximadamente
18 quilos à nascença e, ao terceiro mês, cerca de 45 quilos. Estes valores,
para a raça Galega, por exemplo, têm uma expressão média que rondará os 40
quilos de peso, vitelo à nascença, e os 200 quilos de peso, aos três meses.
Se considerarmos que um dos destinos da criação
animal é o abate e que a carne de Cachena é comercializada ao preço corrente da
carne de vaca, resulta claro ser economicamente penalizador criar Cachena, face
a raças mais corpulentas e de crescimento mais rápido.
Há quem pense que esta situação poderá ser
contrariada pela Denominação de Origem Protegida para a carne Cachena, o que
implicará, entre outros aspectos, um aumento do preço e da quantidade de carne
vendida. Mas, com tão poucos animais, universo a vocacionar prioritariamente
para a salvação da raça, não poderão ser devastadoras as consequências de um
acréscimo de procura? Como poderão criadores pobres, como poderá a Cachena
resistir ao assédio consumista, ao cerco da morte?
Problemáticas parecem ser também as vias que visam
rentabilizar a criação Cachena através da produção de queijo. Como concretizar
a extracção leiteira de modo a alimentar um fluxo produtivo quantitativamente
exigente, com animais dispersos na serra, habitat frequentemente inacessível?
Elementos adversos há-os também de natureza
sanitária. Com efeito, só num passado recente foi dominado o surto de brucelose
e de leucose que afectou os efectivos. José Leite refere: «Esta raça foi
esquecida em termos de melhoramento, foi esquecida em termos de saneamento. Só
agora conseguimos sanear todos os bovinos Cachenos, à custa do abate de muitos
animais».
Outro factor muito negativo passa pelos machos
desenquadrados do Padrão da Raça, que os criadores não vendem e mandam para a
serra. «Esses machos, não castrados, constituem mais um elemento perturbador,
não só em termos de melhoramento, mas em termos de preservação da raça. O
problema não tem hoje a incidência do passado, mas subsistem resquícios a
eliminar».
A predação do lobo tem também reflexos. Na serra,
os vitelos são presa fácil. Todos os anos uma parte do efectivo sucumbe aos
ataques do lobo, privado de outras fontes de alimentação. José Leite não receia
esta predação: «Os agricultores e o lobo entendem-se, encontram os seus
equilíbrios. Quem perturba são elementos estranhos, como alguns caçadores».
Exemplifica: «No Parque reapareceu a cabra do Gerês, ocorrência importante para
diversificar as fontes alimentares do lobo. Mas, por causa dos caçadores sem
consciência cívica, e por que a cabra é um valioso troféu em Espanha,
dificilmente conseguirá sobreviver».
Oxalá!
Nem tudo são adversidades. Apesar de os apoios
oficiais serem efectivos em Espanha, os resultados aí não são tão interessantes
como do lado português: «Nós temos material humano, temos material animal para
defender a raça: zootecnicamente, geneticamente. Eles dão apoios esmagadores,
face à realidade portuguesa, mas, com o êxodo rural, não têm agricultores para
os receber. Estragar as coisas é fácil; voltar a fazê-las, custa».
Ao lado da existência de agricultores interessados
na raça, temos espaço privilegiado para a sua criação, onde avultam zonas de
alta montanha no concelho de Arcos de Valdevez, integradas no Parque Nacional
da Peneda-Gerês. Aí, no fundamental e como vimos, se concentram os criadores.
Os animais vivem na serra em liberdade, sendo raros os que se acolhem no
estábulo, de modo permanente. Os vitelos, com frequência, nascem na serra. E
isso marca-lhes o comportamento, queixa-se Rui Dantas: «Há muitos animais que
ao verem-me entrar na corte se atiram a mim de cabeça, mesmo a marrar,
escouceiam, orneiam».
Importante é ainda, no nosso caso, não é de mais
dizê-lo, a prevalência de cadeias de afectividade entre os criadores e os
animais, entre os criadores e a equipa técnica que, em regime de voluntariado,
de modo gracioso, abraça o sonho de salvar a Cachena. «Só com a confiança dos
agricultores podemos resolver problemas. Ou merecemos a confiança deles, ou não
vale a pena», sustenta Rui Dantas.
«A manter-se o precioso universo de confiança, a
manter-se o estímulo aos criadores, no prazo de 20 anos, — confia José Leite —
poderemos ganhar a aposta, poderemos restaurar o efectivo Cacheno, animais
adaptados à serra, rústicos, capital importante para maximizar os subprodutos
da agricultura serrana, para aumentar o rendimento dos agricultores».
Oxalá!
Brandas
As diversas freguesias e lugares do amplo concelho
de Arcos de Valdevez têm, por atribuição ancestral, mantos de pastoreio e
infra-estruturas para instalação dos criadores, em zonas de cota alta: as
brandas. O gado e os donos para aí se transferem e permanecem, habitualmente
desde o início de Maio até finais de Outubro. No pico do Inverno, quando a neve
cobre as pastagens, gente e gado regressam às povoações.
As brandas visitadas, referidas à Cachena, vimo-las
de dois tipos. Com toscas cercas para o gado, pedra encastelada, vigiadas por
exíguos abrigos de pastor; e infra-estruturadas com casas de habitação,
currais, celeiros, leiras e quelhos, permitindo a fixação desafogada dos
agricultores e das famílias.
Do primeiro tipo é a branda da Lamela, manso
declive de erva rasteira sobranceiro ao lugar de Lordelo, freguesia de
Cabreiro. Do segundo tipo são as brandas da Junqueira e de Gorbelas, ambas
referidas ao lugar de Rouças, freguesia da Gavieira.
A brandear
na Junqueira, com a mulher e um neto, encontrámos António Sarramalho Vaz,
casado, 55 anos: «O povo de Rouças vem com o gado para cima, porque aqui dá
mais ser». Revigorado, António Sarramalho vigia a manada na serra, semeia,
colhe (batata, centeio, feno). Nos meses invernosos, por pressão da neve,
família e gado descem, abrigam-se em Rouças.
O auge do Verão (Julho, Agosto) — tempo de
colheitas — corresponde também ao auge de gente na Junqueira (15 famílias) e em
Gorbelas, «vinte e tal casas de habitação». Em tamanho e estrutura muito
semelhante à Junqueira, Gorbelas «chega a juntar duzentas e tal Cachenas»,
estima Manuel Beites Cerqueira, criador que aqui encontrámos.
Bonito à
espera
Chama-se Bonito e tem estofo de campeão. É um touro
Cacheno de 3 anos que enche de orgulho o criador, Armando da Rocha Pires,
senhor Armandinho, como todos o conhecem. Comprado em Cabreiro, Arcos de
Valdevez, Bonito está aboletado em bom estábulo, na exploração agrícola que o
dono tem em Poça, freguesia de Magalhães, Ponte da Barca. «Comprei-o muito
pequenino, filho de uma vaca muito boa, uma Cachena espectacular. Criei-o e deu
este fenómeno».
Apesar de afastado da serra «desde pequenino»,
Bonito mantém um comportamento arisco. Talvez cansado de ser vedeta — tem ganho
todos os 1.ºs prémios dos concursos em que entra — reage mal à presença das
máquinas e do fotógrafo. O dono tudo lhe perdoa e projecta descobrir-lhe uma
companheira, «queria uma vaca como o touro, desta categoria». Como não é fácil
concretizar tal propósito, virgem, Bonito aguarda.
Princesa e Rita são duas Cachenas campeãs, com
muitos prémios em concursos. Ambas têm dado muitas alegrias ao seu
proprietário, Joaquim Amorim Pinto, presidente da Cooperativa Agrícola de Arcos
de Valdevez. Qualquer delas seria companheira à altura de Bonito. Mas já têm
macho!
Perfil da
Raça
Os traços da Cachena que mais pesam na definição do
Perfil da Raça passam essencialmente pela altura ao garrote, pela forma dos cornos,
pelo comprimento da cabeça e pela cor. Assim, a altura ao garrote (base
posterior do pescoço) no Cacheno deverá ter menos de 1 metro e 10 centímetros;
os cornos deverão apresentar um formato em parafuso ou saca-rolhas, com secção
circular (elíptica no Barrosão); o comprimento da cabeça (perfil recto) deverá
ser maior do que o dobro da distância entre as arcadas orbitárias (no Barrosão
os dois comprimentos equivalem-se); a cor define-se em tons — mais claros, mais
escuros — de castanho.
1 Esta reportagem (com os caixilhos “Brandas”,
“Bonito à Espera” e “Perfil da Raça”) foi publicada na revista Notícias
Magazine.