Contra os peões, marchar, marchar!
Os passeios são território do peão,
convencionou-se. Mas, da teoria à prática, vai a distância do sossego ao
sobressalto, da paz à guerra.
Nos passeios alçam-se carros, motociclos, bocas de
incêndio, camiões, bicicletas, postes, tabuletas, caixas eléctricas, placas,
escavadoras, sinais de trânsito, cabinas telefónicas, depósitos de lixo, valas,
parquímetros, andaimes, vidrões, sanitários, mecos, buracos, protecções, canos,
tapumes, redes, candeeiros, cercas, calhaus. Calhaus, com vossa licença, até de
cão.
Escorregadia pista de obstáculos, os passeios!
No Porto, modernamente, há também bolas de tropeçar
e palitos metálicos, altura pélvica. A intenção está nos carros; o equipamento,
nos passeios. Por outras palavras, aponta-se aos condutores, tombam-se os
peões. Como em vários pontos da cidade a solução deu raia, teme-se o pior: uma
escalada. Arame farpado? Campo de minas?
AB
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